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Momento Sputnik da IA? DeepSeek desafia liderança americana em inteligência artificial

  • Foto do escritor: leonardothurler
    leonardothurler
  • 28 de jan.
  • 3 min de leitura

Chatbot chinês supera o ChatGPT em downloads nos EUA, abala mercados e levanta questões sobre o futuro da supremacia tecnológica global.


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O setor de inteligência artificial foi sacudido nos últimos dias pela chegada do DeepSeek, um chatbot chinês que desafiou as maiores empresas de tecnologia dos Estados Unidos. Em uma semana, o robô ultrapassou o ChatGPT em downloads na App Store americana, provocando uma desvalorização de mais de US$ 1 trilhão nas big techs na Bolsa de Nova York. Analistas e investidores compararam o impacto às surpresas causadas pelo lançamento do satélite soviético Sputnik em 1957, que marcou o início da corrida espacial.


Por que o DeepSeek é tão impactante?


O DeepSeek chamou atenção por ser uma alternativa mais acessível em comparação aos modelos de IA americanos. Pesquisadores da startup chinesa revelaram que o custo para treinar o robô foi de apenas US$ 6 milhões, contra os bilhões investidos por empresas como OpenAI e Meta. Além disso, enquanto supercomputadores americanos utilizam cerca de 16 mil chips, os engenheiros da DeepSeek conseguiram realizar a mesma tarefa com apenas 2 mil chips.


“A eficiência da DeepSeek está desafiando a ideia de que grandes investimentos são necessários para avançar na inteligência artificial,” afirma Anderson Soares, coordenador do Centro de Excelência em IA da Universidade Federal de Goiás (CEIA-UFG).


Geopolítica e revolução industrial digital


A inteligência artificial é considerada um dos motores da nova Revolução Industrial. Dominar essa tecnologia significa criar produtos melhores, mais baratos e acessíveis, conferindo às nações vantagens econômicas e geopolíticas significativas. Contudo, os avanços do DeepSeek também colocam em xeque a política de restrição de exportação de chips imposta pelos EUA à China desde 2022.


“Essas medidas visavam desacelerar o progresso tecnológico chinês, mas o sucesso da DeepSeek demonstra que a China encontrou maneiras criativas de contornar as restrições,” avalia Carlos Souza, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-RIO).


Reações e críticas


Embora o DeepSeek tenha impressionado o mercado, há quem questione o impacto a longo prazo. Stacy Rasgon, analista da consultoria Bernstein, aponta que a startup pode ter exagerado ao divulgar os custos de desenvolvimento. “Não é crível acreditar que alcançaram esses resultados com tão poucos recursos,” afirma.

Outros especialistas destacam limitações técnicas. “O DeepSeek ainda não consegue processar informações visuais com a mesma eficiência de seus concorrentes americanos, como o ChatGPT e o Grok,” explica Souza.


O futuro da corrida pela IA


Com a chegada do DeepSeek, a China demonstra sua capacidade de competir em um setor dominado por gigantes americanos. Apesar das dúvidas sobre a sustentabilidade do modelo, o avanço representa um alerta para o Ocidente. “Se outros países conseguirem replicar o que a DeepSeek fez, o mercado de IA pode se descentralizar, trazendo consequências imprevisíveis para as big techs,” afirma Evandro Barros, fundador da Data-H.


Enquanto os EUA apostam em grandes investimentos, como o projeto Stargate anunciado por Donald Trump, a China segue com soluções mais enxutas e inovadoras. A disputa não é apenas tecnológica, mas também estratégica, redefinindo o cenário global de influência e poder.


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